quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Justo e o Ímpio



DISTINÇÕES ENTRE O JUSTO E O ÍMPIO
Texto básico: Prov. 10:1-32
1   Provérbios de Salomão. O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.
2   Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte.
3   O SENHOR não deixa ter fome o justo, mas rechaça a avidez dos perversos.
4   O que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se.
5   O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha.
6   Sobre a cabeça do justo há bênçãos, mas na boca dos perversos mora a violência.
7   A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos cai em podridão.
8   O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios vem a arruinar-se.
9   Quem anda em integridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.
10   O que acena com os olhos traz desgosto, e o insensato de lábios vem a arruinar-se.
11   A boca do justo é manancial de vida, mas na boca dos perversos mora a violência.
12   O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
13   Nos lábios do prudente, se acha sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de senso.
14   Os sábios entesouram o conhecimento, mas a boca do néscio é uma ruína iminente.
15   Os bens do rico são a sua cidade forte; a pobreza dos pobres é a sua ruína.
16   A obra do justo conduz à vida, e o rendimento do perverso, ao pecado.
17   O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado.
18   O que retém o ódio é de lábios falsos, e o que difama é insensato.
19   No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.
20   Prata escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale mui pouco.
21   Os lábios do justo apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos.
22   A bênção do SENHOR enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto.
23   Para o insensato, praticar a maldade é divertimento; para o homem inteligente, o ser sábio.
24   Aquilo que teme o perverso, isso lhe sobrevém, mas o anelo dos justos Deus o cumpre.
25   Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso, mas o justo tem perpétuo fundamento.
26   Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.
27   O temor do SENHOR prolonga os dias da vida, mas os anos dos perversos serão abreviados.
28   A esperança dos justos é alegria, mas a expectação dos perversos perecerá.
29   O caminho do SENHOR é fortaleza para os íntegros, mas ruína aos que praticam a iniqüidade.
30   O justo jamais será abalado, mas os perversos não habitarão a terra.
31   A boca do justo produz sabedoria, mas a língua da perversidade será desarraigada.
32   Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos perversos, somente o mal.

INTRODUÇÃO: 
Sobre o livro de provérbios:
                   O livro de provérbios é o nº 20 no cânon das Escrituras Sagradas.
                   O Rei Salomão, filho de Davi, é o principal escritor de Provérbios, mas foram proferidos também por Agur e Lemuel. Logo que Salomão se tornou rei de Israel, por volta dos anos 1.037 A.C., ele orou a Deus pedindo-lhe “sabedoria” e “conhecimento” para “julgar o grande povo” que Deus lhe deu para governar.
                   Como resposta à sua oração, Deus lhe deu conhecimento e sabedoria e, ainda, um coração entendido. Conforme:

 2 Crônicas 1: 10-12:
10   Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que eu saiba conduzir-me à testa deste povo; pois quem poderia julgar a este grande povo?
11   Disse Deus a Salomão: Porquanto foi este o desejo do teu coração, e não pediste riquezas, bens ou honras, nem a morte dos que te aborrecem, nem tampouco pediste longevidade, mas sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei,
12   sabedoria e conhecimento são dados a ti, e te darei riquezas, bens e honras, quais não teve nenhum rei antes de ti, e depois de ti não haverá teu igual.


                   E o resultado disso é que Salomão chegou a “compor três mil provérbios” e mil e cinco cânticos, conforme registrado em:

 I Reis 4:32:
“Compôs três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco.”

 que tratam dos mais variados assuntos, sendo que vinham de todas as partes, de todos os povos, enviados de reis, para ouvirem a respeito da sabedoria de Salomão. Além disso, Deus o concedeu muitos bens materiais.

                   O tempo do reinado de Salomão era uma época propícia para Deus guiar o seu povo. Dizia-se que Salomão assentava-se no trono de Yehowah ou Jeová e o reinado teocrático (governo que o poder reside na classe sacerdotal) estava no seu apogeu. Era tempo de paz, fartura e segurança, conforme:


I Reis 4:20-25:

20   Eram, pois, os de Judá e Israel muitos, numerosos como a areia que está ao pé do mar; comiam, bebiam e se alegravam.
21   Dominava Salomão sobre todos os reinos desde o Eufrates até à terra dos filisteus e até à fronteira do Egito; os quais pagavam tributo e serviram a Salomão todos os dias da sua vida.
22   Era, pois, o provimento diário de Salomão trinta coros de flor de farinha e sessenta coros de farinha;
23   dez bois cevados, vinte bois de pasto e cem carneiros, afora os veados, as gazelas, os corços e aves cevadas.
24   Porque dominava sobre toda a região e sobre todos os reis aquém do Eufrates, desde Tifsa até Gaza, e tinha paz por todo o derredor.
25   Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão.


                        Entretanto, mesmo sob o domínio teocrático, o povo tinha seus problemas e suas dificuldades pessoais em virtude das imperfeições humanas e é compreensível que o povo se voltasse  para o sábio Rei Salomão em busca de ajuda para solucionar seus problemas, conforme registro no livro de Reis. Ao julgar a causa dos seus súditos, Salomão proferiu seus ensinos de forma prática, adequando-os às mais variadas situações e circunstâncias do dia-a-dia. Eram provérbios breves, porém, ricos em significado que foram prezados por aqueles que desejavam harmonizar seu modo de vida com a vontade de Deus.

                   Reflexão: a sabedoria divina contida no livro de Provérbios, os ensinos práticos, só produzirão efeito positivo na vida daqueles que almejam ajustar o seu padrão de conduta à vontade Deus.  O próprio livro de Provérbios considera “louco” aquele que despreza a sabedoria e o conselho de Deus.

                   Esta é a razão do “pensamento” ou “tema unificador” do livro:

Prov. 9:10
10   O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.


Sobre o tema da lição de hoje, podemos resumi-lo numa frase:

Os provérbios nos ensinam a agir com sabedoria descrevendo a distinção de comportamento e de resultados de justos e ímpios. Vamos ver alguns temas propostos:

SABEDORIA NO FALAR


                   Há um dito popular que diz: “quem não se comunica se estrumbica”. Mas o termo “estrumbica” não é o correto. Aliás não existe no dicionário esse termo. O correto é: TROMBICA porque o verbo TROMBICAR diz respeito a: estrepar; sair-se mal; estrepar-se.

                   Pois bem! Quem fala pouco se TROBICA. E quem fala muito? Vocês se lembram de algum dito popular a respeito? “Quem fala muito dá bom-dia a cavalo”

                   Como procedermos diante dessa ambigüidade: falar pouco ou falar muito.  Creio que os dois comportamentos merecem correções.

                   A questão está no MAU USO da língua que produz:

a)     Ruína -  (10:8,10,14) ambas as partes (interlocutor/interceptador); muito embora pareça ao interlocutor estar em vantagem, isso não é verdade.
b)    Violência (10:11)  -   a violência pode se dar de forma contundente   mas, também, de forma branda e camuflada.
c) guarda ódio e difamação - ( 10:18) – que se traduz na   aversão a uma       pessoa ou coisa; inimizade; raiva;  rancor; antipatia.Descrédito,calúnia;  infamação.
d)    muitas transgressões (10:19) – transgressão de muitos outros      princípios.
e)     pouco valor (10:20) – coração do perverso vale muito pouco.
f)      produz somente o mal  (10:32) – reflete o que contém o coração.
g)     leva os tolos à morte (10:21) – falta de senso.


O ensino de Tiago:

Tg 3:6-8

6   Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno.
7   Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano;
8   a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero.

                   Os malefícios do mau uso da língua se traduzem: na mentira, na maledicência, na fofoca. E isso resulta: nas amarguras, nas dissensões, divisões, altercações sem fim, etc. (Gl 5:20) – obras da carne.

20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,
                           

Por outro lado, o falar com sabedoria se traduz em bênção. É manancial de vida. A palavra do cristão deve ser  “sempre agradável”, temperada com sal (sem pimenta). Col 4:6        

6   A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.
                                     

                   Paulo escrevendo aos crentes de Éfeso recomenda:

Ef. 4:29

29   Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.

                   O ouvir antes do falar: Prov. 18:13

13   Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.
                  
BUSCANDO O CAMINHO MELHOR

                   O livro de Provérbios utiliza de um método interessante quando em uma série de versículos inicia com a expressão: “melhor é”. Na verdade a sabedoria desses versos está na afirmação de valor. Somos incentivados a manter um padrão que nos distinga do padrão do ímpio. Alguns exemplos:

a)     diligência e valorização do pouco como produto do trabalho
     ao invés do contar vantagens e não ter nada.

b)    auto-controle e a mansidão como conquistas maiores ao invés de
     conquistar uma cidade  inteira.
c)     valorização do pouco com o Senhor ao invés de muitas riquezas
     com inquietação.

Certamente, esse é o melhor caminho porque é o caminho do justo.
O justo se distingue do ímpio quando assim procede e aceita viver de maneira sábia.   


O MALEFÍCIO DAS CONTENDAS


Prov. 6:12-19

12   O homem de Belial, o homem vil, é o que anda com a perversidade na boca,
13   acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.
14   No seu coração há perversidade; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.
15   Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente, será quebrantado, sem que haja cura.
16   Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina:
17   olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
18   coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
19   testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.

Reflexão: como temos nos comportado diante dos desentendimentos que vez ou outra aflige os nossos relacionamentos na família, no trabalho e na igreja?

O texto refere-se à expressão: “O homem de Belial”. O que significa isso? O próprio texto descreve alguma das características do homem de Belial: vil, perverso no falar, olhar malicioso, maquinador do mal, semeador de contendas. O livro de 1 Samuel, cap.2 referece-se aos crimes dos filhos de Eli.  E diz que os filhos de Eli eram filhos de Belial. E a expressão Belial tem conotação de indignidade e veleza(vil). É usada para caracterizar os vilões e agitadores, incitadores de outros a praticarem a idolatria, insurreição, imoralidade sexual, mentira. O homem de Belial é, na verdade, um rebelde.

                   As contendas, por sua vez, são fruto do ódio (10:12) “12   O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.; da incitação da ira ( 30:33) “33   Porque o bater do leite produz manteiga, e o torcer do nariz produz sangue, e o açular a ira produz contendas.”

                        As contendas são suscitadas pelo homem iracundo e cobiçoso (15:18)18   O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta.”, mas são espalhadas pelo homem perverso através da difamação.

                   O homem sábio resiste à provocação e não revida a ofensa. Utiliza-se da palavra branda para desviar o furor e não suscitar a ira.


JUSTIÇA NOS NEGÓCIOS


Tema de relevante importância dos provérbios diz respeito à pratica da JUSTIÇA NOS NEGÓCIOS, aplicáveis também no trabalho.

É comum ouvir dizer que “se o comerciante for pagar todos os impostos e cumprir todas as obrigações legais ou não praticar o suborno não terá como prosperar”.

No entanto provérbios condenam esse tipo de prática. E como ficamos diante do ensino correto e a prática do di-a-dia?

Reflexão:

O sábio nos desafia a confiar na provisão do Senhor (10:3) “3   O SENHOR não deixa ter fome o justo, mas rechaça a avidez dos perversos.”

O Senhor tem prazer na prática da honestidade e da justiça(11:1)  “1   Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer.

Sobre esse item, podemos resumir afirmando: o justo tem de colocar em prática nos seus negócios: a justiça, a ética e a diligência.  Esse é o diferencial entre o justo e o ímpio.

CONCLUSÃO

Apesar da variedade e do caráter aleatório dos provérbios individuais (explicar isso) – assuntos variados e aleatórios pq encerram em si uma idéia ou princípio a ser seguido – eles nos transmitem ensino bastante CLARO.
Há um clara distinção   entre o comportamento do ímpio e do justo.
As conseqüências desses e daqueles atos são bem definidas.
Os desafios são intensos de modo que devemos tomar posição e, para o nosso bem, decisão de agir com justos.

APLICAÇÃO


Temos cumprido o desafio de ler e meditar no livro de Provérbios?

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