sábado, 15 de setembro de 2018

Vaidade, tudo é vaidade

"Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém: Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?" (Livro do Eclesiastes, capítulo 1, versos 1-3)

O Livro de Eclesiastes nos oferece uma grande oportunidade de reflexão sobre o que pensamos da vida e o que esperamos dela. Daí, podermos passar por duas vertentes: ou nos tornamos demasiadamente pessimistas ou nos enchemos de esperança e fortalecemos o nosso melhor conceito sobre a vida. O livro de Eclesiastes foi escrito, conforme tradicionalmente se tem sustentado, por um homem que destilou sabedoria e ostentou riquezas e que bem poderia se satisfazer delas, mas, ao final da vida, concluiu: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más."(Cap. 12, versos 13 e 14). Isso quer dizer que, se nos apoiamos no esforço humano e se as perspectivas sobre a vida se nos apresentam sob a ótica de meros humanos, o certo é que haveremos de perder completamente o significado da vida. Por outro lado, se reconhecemos que somos limitados e cremos que existe um Deus que arquitetou todo o universo, incluindo nós, e magistralmente sustenta a todos, e, ainda, se a Ele dedicamos a nossa fidelidade e reconhecimento, certamente passaremos a ter uma visão diferenciada da vida, nos fartaremos de esperança e motivação. Parece simples, não é? De fato, o entendimento é simples mas o que nos falta para chegar a esse nível de conhecimento acerca da vida e de Deus a ponto de nos fartarmos das sua benesses, deixando de lado todo pessimismo que, vez ou outra, nos assalta? O que nos falta é a sabedoria. A falta de sabedoria, traduzida em ações, pode destronar reis, abater o soberbo, reduzir a nada poderosos, fracassar lideranças e, em última instância, levar à ruína moral e espiritual. Tiago, apóstolo do Senhor Jesus, sobre sabedoria, assim concluiu:  "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida" (Tiago 1:5).  Portanto, é necessário que nos desapeguemos da vaidade das possessões, da vaidade da sabedoria humana, da vaidade do trabalho, observando que, na vida, tudo tem o seu tempo ( até mesmo do esmerar-se no trabalho), da vaidade das riquezas, etc. Necessário, também, que tenhamos moderação em tudo, não fazendo votos precipitados e nem sendo insubmissos às autoridades. A prudência deve nortear toda e qualquer ação do sábio. Disputas vãs de posição ou prestígio, ao final, nada se aproveitará. O tempo passa e, à medida que envelhecemos, nos convencemos mais e mais de que TUDO é vaidade. A formosura se esvai, as forças diminuem, o prestígio acaba, o "grande saber" se traduz em loucura, a alegria da juventude passa e com ela o contentamento dos dias. Somente a sabedoria de Deus, aquela vinda do alto, é capaz  de transmudar o coração e a mente daquele que teme ao Senhor e guarda os seus mandamentos. Este, saberá com a ajuda do altíssimo, esquadrinhar os próprios pensamentos refutando qualquer sentimento de pessimismo em troca da alegria de um real significado do viver. Quem abre uma cova, nela cairá e quem arranca pedras será maltratado por elas, diz o pregador. Para concluir, penso que o melhor que podemos fazer é olhar para trás e averiguar, como que olhando pelo retrovisor, o que fizemos ou deixamos de fazer; se nossas ações foram pautadas pela sabedoria humana, pelo egoismo, pela vaidade inútil ou se pautadas na sabedoria que vem do alto. Reflitamos, desde já sabendo: tudo é vaidade. E que Deus tenha misericórdia de todos nós. Pb. Hely