sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Aprendendo com a Igreja Primitiva



E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.


As marcas da igreja primitiva conforme descritas no livro de Atos sugere-nos uma profunda reflexão acerca do modo como temos vivido como igreja cristã. Não é novidade para ninguém o fato de que a sociedade capitalista e consumista nos sugestiona a viver exatamente o oposto do que viveram os nossos antepassados da igreja cristã. A questão principal não é traçar longas discussões sobre o sistema capitalista e o desenfreado consumismo hoje conhecidos, mas refletir sobre algumas virtudes cristãs que marcaram os irmãos da igreja de Atos e, depois, aplicá-las no nosso convívio com os irmãos. Pois bem! De início o texto de Atos nos revela uma importante marca da igreja primitiva, a saber: PERSEVERANÇA NA DOUTRINA – Sabe-se que nos dias atuais tem preponderado uma mistura de doutrinas no meio chamado evangélico e essa mistura se torna mais perniciosa quando vinda de todos os lados, os chamados “ventos de doutrinas”. E o que vem a ser isso? São doutrinas contrárias ao legitimo ensino apostólico, vindas de todos os lados, ou seja, chegam como os ventos do norte, do sul, do leste e do oeste. Não se sabe muito bem quem as promove, mas, uma coisa é certa, chegam como ventos, se instalam no seio das igrejas e vão embora até que outra onda de ventos traga nova proposta doutrinária. Enquanto isso, a doutrina dos apóstolos fica como que em estado de hibernação ou estado letárgico. Diante das ondas doutrinárias a perseverança se constitui numa marca de importantíssimo relevo. Onde não há perseverança não há prosperidade. E só há prosperidade se houver fidelidade doutrinária. Estamos carentes da firmeza doutrinária. PERSEVERANÇA NA COMUNHÃO – A comunhão é uma das fortes marcas da igreja primitiva. A comunhão diz respeito à sintonia de sentimentos, de modo de pensar, agir ou sentir. A comunhão está intimamente ligada à identidade, ou seja, o modo pelo qual somo identificados. Houve um momento que, pela primeira vez, os discípulos foram chamados de cristãos, dada a sua identificação com a mensagem cristocêntrica. A comunhão se traduz, ainda, como a comunidade religiosa em torno de uma mesma fé. Perseverar na comunhão: eis a marca indispensável à igreja cristã. E como estamos longe dela. Muitas vezes os interesses pessoais sobrepõem os interesses da igreja. PERSEVERANÇA NO PARTIR DO PÃO - O pão é um dos alimentos mais primitivos que conhecemos. O pão é um extraordinário alimento para os ricos e abastados, mas, também, para os pobres e desalentados. No partir do pão se revela a igualdade entre as pessoas. Jesus, quando alimentou as multidões, utilizou desse extraordinário elemento, o pão.  Na Ceia do Senhor, também, Cristo utilizou desse elemento tão conhecido para unir os seus discípulos em torno do seu ministério, parafraseando o mistério do seu corpo partido em favor de muitos. Ao partir o pão exclamou Jesus: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós”. O partir do pão, além de revelar o ato da celebração do sacramento (eucaristia), pressupõe, ainda, a distribuição cotidiana do mínimo necessário à sobrevivência, ou seja, o pão é comido ou ingerido continuamente, no dia-a-dia. É diariamente que se fortalece a comunhão. É no partir do pão que se alimenta a comunhão. Perseverar no partir do pão, portanto, é a grande necessidade da igreja nos dias atuais. PERSEVERANÇA NAS ORAÇÕES – A oração é um meio de graça. Temos outros, mas, o foco agora é a oração. Esta é o meio pelo qual o cristão cultiva vivo relacionamento com Deus.  A oração é indispensável à vida do crente. Faz parte da sua devoção pessoal. Uma das mais significativas marcas da igreja primitiva foi a perseverança na oração. Quem se relaciona bem com Deus, se relaciona bem com o irmão. E, ao se desenvolver um intenso relacionamento com Deus, se desenvolve, também, uma virtude interna denominada AMOR. Afinal, Deus é amor. Não foi em vão que o Apóstolo João na sua primeira carta, capítulo 4, verso 20, assim expressou: Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.
Finalmente o texto nos traz à luz outra marca da igreja primitiva. TEMOR – O temor é um sentimento de alma. O texto de Atos diz que “em cada alma havia temor”. É certo que esse temor a que se refere o texto é um temor reverencial, isento de medo, livre de coação. Devemos temor a Deus não pelo poder que se concentra em sua pessoa, mas em razão do grande AMOR que ele dispensou a nós ao enviar seu filho Jesus para nos redimir das mazelas do pecado. A igreja deve viver assim. Amando uns aos outros no temor do Senhor. Atos 2: 42 -47 nos revela o quanto estamos longe da prática do verdadeiro cristianismo. O quanto somos egoístas e individualistas. Revela-nos que devemos dobrar os joelhos em oração para encontrar forças e, assim, vivermos uma igreja com todas essas extraordinárias marcas. E que Deus tenha misericórdia de nós. Pb. Hely



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