segunda-feira, 16 de julho de 2012

PAI, PERDOA-LHE PORQUE NÃO SABE O QUE FALA

                                                        Há poucos dias, todo o Brasil assistiu ao desenrolar do "Projeto de Cassação" do Senador por Goiás Demóstenes Torres. Finalmente, o Senador teve o seu mandato cassado e está inelegível até 2027. Eu, particularmente, com muita atenção, assisti seu último discurso que, na verdade, se transformou numa autêntica defesa própria. 

                                                       Contundente e interessante do ponto de vista técnico/acadêmico, mesmo assim, não surtiu o efeito esperado por ele que era o convencimento dos colegas parlamentares. Na verdade, o pobre Senador caiu no descrédito, pelo que toda a sua desenvoltura de tribuna jamais poderia alcançar o poder de convencimento tão esperado.  

                                                     Algumas de suas frases, no último discurso e também nos pronunciamentos anteriores, me chamaram a atenção, senão vejamos: "Se o parlamentar mentir é um problema dele com a sua consciência". "Mentir não configura quebra de decoro". Pergunta-se: como fica a consciência dos ingênuos eleitores que o outorgaram um mandato? Se não configura quebra de decoro, configura quebra de quê? "Agora, sobrevivente de uma atrocidade sem precedente, me sinto mais maduro para legislar" e, ainda, "Nada fiz para envergonhar o Senado". "Fui traído por Cachoeira". E, finalmente, o que mais me chamou atenção foi sua frase referindo-se ao antigo dito popular: "Me digas com quem andas e te direi quem és", complementada com a seguinte conclusão (dele é lógico). "Jesus andou lado a lado com Judas e nem por isso errou". "Cada um deve pagar pelo que faz".

                                                       Pois bem! Vamos ver o que a Bíblia responde acerca de todas estas declarações. 1) MENTIRA: A mentira tem um pai que, segundo a Bíblia, é SATANÀS. Portanto, quem mente, seja ele parlamentar ou não, faz a vontade de Satanás. Além disso, o que profere mentira não escapa. O livro de Provérbios, cap. 19, verso 5 assim o diz: "A falsa testemunha não fica impune, e o que profere mentiras não escapa". Vejam, portanto, a cabal aplicação do texto sagrado ao caso em comento. Infeliz a declaração do senador, porquanto, aquele que é contumaz na mentira tem a mente cauterizada pelo pecado, de forma que mentir ou deixar de mentir é a mesma coisa. Se mentir não configura quebra de decoro parlamentar, logo, elegemos mentirosos para nos representar. 2) A AUTO JUSTIFICAÇÃO: esse é o artifício  que o falto de entendimento utiliza para tentar livrar-se da disciplina. "Nada fiz", dando a entender: o que fiz, fizeram por mim. Porém, o recurso apropriado para todo aquele que almeja o perdão é o reconhecimento da própria falta. A Bíblia nos ensina que devemos confessar os nossos pecados, pois, bem-aventurado é quele cuja iniquidade é perdoada (Salmos  32.1). 3)TRAIÇÃO: o profeta Jeremias, no cap. 17, verso 5, assim proclama: "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!" Vejam que a traição é algo que provém do homem sem Deus. Como esperar sinceridade da parte de um homem contraventor? Afinal quem é o braço de quem? 

                                                       Finalmente, vejo que o senador fez uma pálida comparação entre o que aconteceu com o Mestre Jesus nos dias de seu ministério com a situação na qual se vira envolvido, no "caso cachoeira." Digo pálida por que a JESUS ninguém se compara. Ele esteve ao lado de Judas, é bem verdade, porém, não se contaminou. Foi traído, é verdade, mas não perdeu o foco do seu ministério, submetendo-se à vontade do Pai a ponto de suportar a morte e morte de cruz. Jesus pagou mas pagou por algo que não cometeu. Ele pagou em razão dos nossos pecados. Jesus comeu com pecadores, foi confrontado pelos escribas e fariseus mas nunca cedeu a qualquer tentativa de suborno. Foi tentado pelo próprio Satanás quando estava no auge da sua fragilidade mas buscou força na Palavra de Deus proferindo sempre: "está escrito". 

                                                     Concluo afirmando que só resta, ao agora  ex-senador, pedir perdão a Deus pelo que fez  e, sobre as suas conclusões de tribuna, perdão,  pois não sabe o que fala. 

Pb. Hely

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